#Rebobinando | “A Teoria de Tudo” e o cinema assumindo o papel de arte!





Stephen Hawking é um dos maiores cientistas da história da humanidade! Fundador do Centro de Cosmologia Teórica e diretor de pesquisa do Departamento de Matemática Aplicada e Física Teórica da Universidade de Cambridge na Inglaterra, onde obteve seu doutorado em cosmologia... nessa mesma época foi diagnosticado como portador de Esclerose Lateral Amiotrófica (aquela doença que fez todo mundo jogar gelo na cabeça pra levantar fundos e financiar a pesquisa de tratamentos) e conheceu sua primeira esposa, Jane Wild!
Stephen e Jane foram casados durante 25 anos e tiveram três filhos! Durante esse tempo eles viveram entre o amor, as pesquisas do cientista e as complicações da doença que é degenerativa e acabou tirando quase todos os movimentos do corpo dele! Essa história foi registrada pela própria Jane no livro “Travelling to Infinity: My Life with Stephen” e inspirou um dos filmes mais incríveis que eu já vi na vida!

“A Teoria de Tudo” só chegou nos cinemas aqui do Pantanal essa semana, mas eu não perdi a oportunidade de correr pra ver se Eddie Redmayne merecia todo o clamor que vinha recebendo das criticas e os prêmios que estava arrastando pra casa! O filme ganhou duas das quatro indicações ao Globo de Ouro, sendo Melhor Trilha Sonora e Melhor Ator de Drama pro Eddie, que também levou o Oscar de Melhor Ator garantindo uma das cinco estatuetas à que o filme concorria! Mereceu!? MUUUITO!!!
O filme é sensacional! Nada ficou fora do lugar, a produção é impecável, tem uma fotografia deslumbrante, a trilha sonora é incrível e consegue arrancar o choro que fica preso na garganta durante algumas cenas, o enredo é espetacular, vem carregado com aquela glamourização que toda história biográfica ganha quando é adaptada para o cinema e mesmo assim não deixa de mostrar a realidade... a história é tão bem construída que você não percebe que está assistindo uma cine biografia, Anthony McCarten merece ser aplaudido de pé durante horas pelo trabalho lindo que fez com esse roteiro! A história é contada com uma leveza surpreendente e passa longe de ser o dramalhão que poderia ser mesmo sem fugir das polêmicas envolvendo a vida do físico (sexo, ateísmo, triangulo amoroso, um pouco de preconceito com deficientes e uma doença cruel e sem tratamento)!
Não posso deixar de elogiar com os adjetivos que eu já usei, e outros mais, a atuação lacrante fenomenal do casal Eddie Redmayne e Felicity Jones, os dois são tão incríveis em cena que não tem como classificar com uma palavra o que você vai assistir! Felicity Jones é linda, só que é muito mais que apenas um rostinho bonito! Ela conseguiu captar a essência de uma mulher apaixonada que pretende enfrentar qualquer coisa para viver o amor de sua vida! Eddie está completamente irreconhecivel, ele se transformou no próprio Stephen Hawking, é uma atuação impecável! Ele passa boa parte do filme mudo, por conta das complicações da doença, mas consegue fazer o espectador acreditar que ele mesmo é portador de ELA, cada gesto dele é tão bem desenvolvido que eu cheguei a ficar arrepiado!
Confesso que chorei várias vezes vendo o filme, e não foi por causa das dificuldades que os dois tiveram que enfrentar por causa da doença, mas por causa da dedicação dela, da força de vontade dele, da química entre os dois... tudo isso coroado por uma trilha sonora, que eu volto a dizer, é incrível! É por isso que eu coloquei esse título super dramático no post! Por que há muito tempo que eu não vejo um filme tão bom nos cinemas! O diretor James Marsh pode não ter levado os prêmios que merecia, mas escreveu seu nome na história da industria cinematográfica por ter feito um trabalho genial dessa vez!
“A Teoria de Tudo” é um filme que supera qualquer coisa que foi lançada nos últimos cinco anos! É o tipo de obra que faz a gente acreditar que o cinema ainda é uma arte e que acima do propósito comercial existe a vontade de fazer algo realmente bonito e cativante!
RENAN RIBEIRO
Geminiano, quer ser escritor e jornalista, vive estudando e trabalhando mas sonha com o dia em que vai passar muito mais tempo criando romances sentado na varanda da casa de praia em algum lugar paradisiaco do Brasil, viciado em catuaba e cachorro quente, alguns dizem que ele não é uma boa companhia... clica aqui pra conhecer a equipe!
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